DESEJO
A nossa mocidade mal oculta
a angústia deste Amor sem uma Posse…
Num movimento breve que se esboce
logo o Desejo, mais intenso, avulta.
Acaso a minha mão na tua roce,
o Corpo moço de Prazer exulta.
E olha que é o Amor que a gente insulta
com esta castidade à sobreposse.
Isso com que se sonha…é um engodo
Que irresistivelmente nos comprime
Num arrepio doce o Corpo todo.
E, nunca sendo para nós um crime,
também não nos chafurda a alma em lodo,
enquanto um moço Amor, nos aproxime.
(In Versos estranhos, de António Vieira Lisboa, 1940)
…Patrício de Diogo Bernardes e António Feijó, como Eles,
emotivo e lyrico cantor de inspiração vibrante... (Dr. Raul Teixeira, in Algumas impressões sobre o livro versos estranhos de António Vieira Lisboa 1940)
Antínio Silva Vieira Lisboa, nasceu na cidade de Luanda, na provincia ultramarina de Angola, no ano de1908 e viveu em Ponte de Lima, terra de seu pai, onde veio a falecer em 13 de junho de 1968.
a sua obra poética comprende as seguintes publicações:
Versos estranhos-1949
Poemas de Amor e Dúvida- 1941
Mulheres- 1942
Chão de Amor-1943
Teu Corpo Minha Alma-1943
Testamento Sentimental-1945
Bess-1946
Ao longo do Rio Azul-1949